sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Malha rodoviária precisa de investimentos imediatos

Malha rodoviária precisa de investimentos imediatos
26-10-2012 - Malha rodoviária precisa de investimentos imediatos 


Houve época em que um político era o caminho e, o outro, o pedágio. Brigas políticas, vieses ideológicos, e tudo aceito em nome das disputais eleitorais. No entanto, a amadurecimento dos homens no Poder Público os torna mais sábios. Talvez pela experiência, antes do que pela idade. O governador Tarso Genro sabe a tarefa importante que tem pela frente, que é investir na malha rodoviária gaúcha. Acanhada, com gargalos, superada em muitas centenas de quilômetros, e prejudica o progresso do Estado, o escoamento das safras e acessos importantes. Está certo, nem tudo é dever do governo do Rio Grande do Sul. O governo federal tem suas rodovias aqui, e elas, com raras exceções, também não estão bem. No entanto, o governador mostrou, com relação às rodovias, que suas ideias novas poderão promover novas combinações, novas opiniões e muitas realizações. Sabe-se que as 21 melhores ligações rodoviárias do País têm pelo menos 80% de suas extensões geridas pela iniciativa privada. Trata-se de levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou 95.707 quilômetros de rodovias federais e os principais trechos estaduais.
A CNT informa que, para resolver os entraves das rodovias do País, são necessários R$ 190 bilhões. Dos 95.707 quilômetros pesquisados, 60.053 Km não têm condições satisfatórias de pavimento, sinalização ou geometria. Apesar dos investimentos realizados pela União e suas iniciativas a fim de dinamizar o investimento em infraestrutura de transporte, os recursos disponibilizados ainda estão aquém do necessário. Nesta quinta-feira, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) anunciou que financiará dois terços, algo como 66%, de todo o investimento no plano de concessões de portos e aeroportos, a ser lançado pelo governo em breve. Serão financiados, segundo Luciano Coutinho, presidente do Bndes, dois terços, em média, de todo o investimento em portos e aeroportos. A primeira etapa do programa de logística, lançada em agosto pela presidente Dilma Rousseff, tratou das concessões de ferrovias e rodovias, que receberão um aporte de R$ 133 bilhões do banco em 25 anos.
O Plano Plurianual (PPA) do governo para o período entre 2012 e 2015 prevê desembolsos de R$ 82,7 bilhões para infraestrutura rodoviária, mas apenas R$ 4,7 bilhões foram investidos até agosto de 2012. A Confederação Nacional dos Transportes elaborou uma lista com 27 projetos considerados prioritários na avaliação da entidade para melhorar o desempenho econômico do País, que consiste na duplicação e manutenção de 9.926 Km de rodovias por um custo de R$ 65 bilhões. Está evidente, e não é de agora, que não apenas a União, como também a maioria dos estados, incluindo o Rio Grande do Sul, não têm condições financeiras para os investimentos em infraestrutura de transporte. Há a necessidade da viabilização desses investimentos com a participação da iniciativa privada. Não se faz a apologia de privatizar por privatizar, nem entregar o lucro a particulares, depois de pesados investimentos públicos. Por isso, é de se saudar que o governador esteja analisando estudos e viabilidades para implantar, pelo menos, a ERS-010, em uma Parceria Público-Privada. É por aí que começa a recuperação rodoviária gaúcha.
Fonte: Jornal do Comércio - RS

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