quinta-feira, 5 de março de 2015

Saiba o que muda com a nova Lei dos Caminhoneiros

O QUE PASSA A VALER
Aumento do sobrepeso – Foi incluída a permissão para que os veículos de transporte de carga e de passageiros tenham uma margem de tolerância ao serem pesados, de 5% sobre o peso bruto total e 10% sobre os limites de peso bruto por eixo de veículos à superfície das vias.
Descanso obrigatório – A nova lei aumenta o tempo máximo ao volante de seis para oito horas de motoristas profissionais. Agora, a cada oito horas, o caminhoneiro terá de fazer meia hora de descanso. O projeto flexibiliza o limite com o argumento que o motorista precisa chegar a um local seguro para repousar. Pode ainda haver acréscimo de duas horas extras na jornada. Se houver acordo com o sindicato, o horário e trabalho poderá ser estendido por mais duas horas, chegando a 12 horas de trabalho.
Anistia de punições – Ficam perdoadas multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos.
Isenção de pedágio – O eixo suspenso de caminhão vazio fica liberado do pagamento de pedágio.
Pontos de parada – Ampliação de pontos de parada para descanso e repouso de caminhoneiros.
A CRÍTICA
A sanção sem vetos da lei foi criticada pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). A entidade afirma que um dos efeitos da liberação do pagamento do eixo suspenso será o aumento do pedágio para todos os usuários, como forma de manter viabilidade das concessões de rodovias.

*Zero Hora

GREVE - Caminhoneiros vão suspender greve até o dia 10/03

Os caminhoneiros estão decididos a suspender o bloqueio das rodovias do país. Representantes da categoria se reuniram na tarde desta quarta-feira (4) com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e apresentaram a pauta de reivindicações. Ficou acertado, segundo os caminhoneiros, que os temas serão aprofundados durante a reunião marcada para o próximo dia 10 em Brasília.      “Decidimos suspender a paralisação até o próximo dia 10 e apostar na mesa de negociação onde todos os itens serão discutidos, começando pelo preço do frete”, disse um dos líderes do movimento, Carlos Alberto Litti.    Mais cedo, lideranças dos caminhoneiros se reuniram com vários parlamentares na Câmara. Para o presidente da Frente Parlamente de Transporte e Logística, deputado Covatti Filho (PP-RS), está nas mãos do governo acabar com o movimento da categoria.    Preço do diesel    -  O deputado Adilton Sachetti (PSB-MT), que é integrante da Comissão de Agricultura da Câmara, acredita que o preço do óleo diesel é o grande problema de toda a categoria. O problema dos caminhoneiros, segundo ele, começou quando o governo deu incentivos para a compra de caminhões. E, agora há excesso de veículos, o que além de causar um endividamento dos caminhoneiros, também leva a uma redução do preço do frete.  Um dos líderes do movimento dos caminhoneiros, Tiago Sebrensk, do município de Pitanga, região central do Paraná, disse que o pequeno produtor de leite também está sendo prejudicado. Ele reclamou do preço do combustível, que chegou a R$ 3,80 o litro do diesel, enquanto as grandes empresas de frota de caminhão estão pagando o frete a R$ 2,90 o quilômetro/rodado, livre do pedágio para o transporte de grão na época da safra.  “Este é o mesmo valor do frete, o mesmo de oito anos atrás, quando o óleo diesel representava 20% do custo do caminhoneiro. Atualmente, o custo do combustível representa 80%”, disse Sebrensk. (Por Gazeta do Povo)

segunda-feira, 2 de março de 2015

Greve: Caminhoneiros são impedidos de entrar em Brasília-DF

Depois de programar um grande buzinaço na Praça dos Três Poderes, em Brasília, as dezenas de caminhoneiros que seguiam em direção ao Plano Piloto pela BR-060 teriam sido impedidas de prosseguir com o protesto pacífico após a montagem de um forte esquema de segurança da Polícia Militar de Goiás e do DF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional – que contesta a informação oficialmente.
“Não há nenhum tipo de orientação para que a Força Nacional pare caminhoneiros ou impeça o livre trânsito por vias públicas. As equipes da Força atuam no apoio à PRF onde for solicitada para impedir bloqueios e cumprir recentes decisões judiciais sobre a paralisação de caminhoneiros”, informou, por meio de nota, a Força Nacional.
Uma conta do Twitter atribuída ao Comando Nacional do Transporte, postou uma foto de caminhoneiros que estariam no entorno do DF, a 20 kms da capital, reunidos em um posto de combustível.
Entre os poucos motoristas que ficaram no local, contudo, o caminhoneiro Tiago Aragão, 32 anos, conta que às 4h de hoje, ele deu ignição no caminhão e iniciou o buzinaço no local. No entanto, sem adesão de outros trabalhadores, ele abandonou a ideia de ir à Esplanada. O homem também afirmou ter sofrido represálias de policiais. “Chegaram a dizer que se eu não parasse de buzinar, quebrariam meu veículo. Se dependesse de mim, eu já estava lá”, lamentou.
De acordo com informações de agentes da PRF no posto localizado na rodovia, parte do grupo tentaria furar o esquema de segurança no km 30 da BR-060, acessando a DF-290, na altura do Engenho das Lajes. Em nota, no entanto, a PRF, por meio da assessoria, afirmou que não houve impedimento de caminhoneiros e que as equipes apenas acompanharam desde cedo o movimento, por conta dos rumores do protesto.
O movimento nacional dos caminhoneiros contava com a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt, 44 anos, que não foi mais encontrado depois de publicar um vídeo nas redes sociais conclamando a categoria a realizar o ato durante todo o dia “contra a indiferença e a corrupção do governo”. Segundo colegas, ele teria abandonado o local de concentração dos caminhoneiros – um posto de combustíveis próximo a Luziânia.
Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoa o local e várias viaturas da Polícia Militar fazem rondas desde a madrugada na região. Os caminhoneiros veem a situação como uma forma de coação e, por isso, decidiram não continuar com o protesto.Revolta
Para conseguir atingir a meta no 13º dia do movimento, o próprio Schmidt percorreu vários trechos de rodovias goianas, para convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas. A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar” foi frase recorrente.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Clima esquenta, em audiência pública com caminhoneiros em Porto Alegre