quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

GREVE: Paralisação dos transportadores de grãos completa 12 dias

A paralisação dos transportadores de grãos em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho, completou 12 dias nesta segunda-feira (16). A categoria cruzou os braços no último dia 5 de fevereiro alegando que o valor pago por quilômetro rodado está defasado há cerca de três anos. Segundo a Cooperativa de Transporte de Rondônia (CTR), as empresas multinacionais de soja estão pagando entre R$ 3,60 e R$ 3,88 por quilômetro carregado, mas os custos de manutenção de cada veículo chegam a R$ 4,60.
O ponto de maior concentração doscaminhoneiros foi instalado na avenida Celso Mazutti, marginal da BR-364, sentido Cuiabá (MT), mas existem carretas paradas em pátios de postos de combustíveis na cidade. De acordo com a CTR, o manifesto pacífico é por tempo indeterminado.
Os caminhoneiros que aderiram à paralisação aguardam efetivar negociações do valor do frete com as empresas de grãos, para só assim retornarem ao trabalho. A cooperativa alega que a dívida dos trabalhadores será menor com os veículos parados do que rodando com o atual preço pago pelos serviços prestados.
Entramos em contato com a Amaggi e Bunge, duas das empresas de grãos em Vilhena, mas nenhum representante das companhias foi encontrado. Já a Cargil informou que falaria sobre o assunto, mas até publicação do material não retornou o contato.
A paralisação da categoria também atinge outros municípios de Rondônia, como Cacoal e Porto Velho.
Fonte: G1

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Caminhoneiros continuam fechando rodovias e planejam 'ocupar' Brasília

Os caminhoneiros voltaram a realizar bloqueios na BR-364 em Campo Novo dos Parecis e na MT-358 em Tangará da Serra desde sábado (14).
A categoria revela que não descarta ir para Brasília (DF) caso as autoridades do Estado e Federal não ouçam a realidade dos motoristas profissionais e sugestões de soluções. Em Campo Novo dos Parecis motoristas chegaram a derramar soja como forma de protesto como na foto acima.

As principais reivindicações dos motoristas é o aumento abusivo do preço do óleo diesel, que corresponde a aproximadamente 65% a 70% do valor do frete, além de melhorias como pontos de parada de descanso, incentivos para os autônomos, entre outras.
Em Tangará da Serra o manifesto chegou a ser dissolvido após alguns motoristas revoltarem-se após um caminhoneiro tentar furar o bloqueio. Na ocasião o veículo chegou a ser apedrejado. Segundo relatos do manifesto em Campo Novo dos Parecis, alguns motoristas chegaram a derramar soja em forma de protesto.
Conforme o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra, Edgar Laurini, os caminhoneiros voltaram a cruzar os braços na manhã deste sábado.
“Os caminhoneiros que desejarem dar meia volta e retornarem de onde vieram podem. Só não estamos permitindo que sigam viagem. Estamos parando apenas caminhões carregados com grãos”. Questionado sobre o transporte de grãos das lavouras para os armazéns Laurini relata que este tipo de movimentação está permitida. “Só não pode deixar a cidade”.
Em Tangará da Serra, desde quarta-feira (11) chegou-se a ter cerca de 3 mil pessoas participando da paralisação entre motoristas e empresários, relata presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do município.
“Queremos que as autoridades se sentem conosco para ver a realidade a qual vivemos. Caso não venham até nós, não descartamos ir à Brasília apresentar nossas reivindicações e sugestões”, pontuou Edgar Laurini.

RJ: MPF faz acordo com sindicato para evitar o bloqueio de estradas federais

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro acertou nesta quinta-feira (12) um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon) para evitar bloqueios de rodovias federais, como ocorreu na terça-feira (10), durante duas horas, na Ponte Rio-Niterói. Na ocasião, cerca de 200 empregados da empresa Alumini Engenharia, contratada pela Petrobras, para a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí, leste fluminense, fizeram uma passeata nas pistas da ponte e interromperam o trânsito com reflexos nos acessos tanto em Niterói como no Rio.
O acordo foi assinado pelos procuradores da República Ana Padilha Luciano de Oliveira e Sérgio Luiz Pinel Dias; pelo presidente do Sintramon, Paulo Cesár dos Santos Quintanilha; e pelo advogado Raphael de Souza Wandermurem.
O MPF informou que no TAC, o sindicato se comprometeu a divulgar entre os filiados e trabalhadores do setor que a interrupção da livre circulação de veículos em rodovias federais pode levar à reparação cível dos danos à coletividade e materiais individuais, além de apuração de eventuais condutas criminais.
Se o TAC não for considerado, haverá multa de R$ 350 mil para cada caso de descumprimento, sem descartar a necessidade de reparação dos danos à coletividade e materiais individuais, bem como apuração de eventuais condutas criminais. O acordo não inclui atos passados e valerá até a segunda-feira (23), quando haverá nova reunião.
Mesmo com o acordo, o MPF continua a apuração da responsabilidade pelo ato na Ponte Rio-Niterói. "A assinatura do TAC significa um compromisso público do sindicato de que repudia atos que possam levar o fechamento, ainda que parcial, de rodovias federais", avaliaram os procuradores da República. 
 
Fonte.:G1
 

GREVE: Caminhoneiros protestam e ameaçam parar o Brasil

Frete com baixo valor, péssimas condições das rodovias e alto valor do combustível. Sobram motivos para a insatisfação para os trabalhadores do setor rodoviário no País. Diante do caos econômico, os caminhoneiros estão prestes a deflagrar greve.
Os comandos sindicais estão em reuniões no Rio Grande do Sul, com representantes de todo o País. A definição da greve ainda depende do consenso entre a categoria, porém, para demonstrar o descaso do governo federal com a categoria, paralisações ocorrem simultaneamente em diferentes trechos rodoviários.
Após manifestações no Mato Grosso, os caminhoneiros bloquearam a BR-163, entre Capitão Leônidas Marques e Realeza no Paraná, sobre a Ponte do Rio Iguaçu. O tráfego só era liberado a cada três horas por apenas meia-hora.
As manifestações prosseguem, sem data e hora para acabar. “Do jeito que está não dá mais para trabalhar. O governo federal aumentou o valor do diesel, no entanto, o frete está baixo demais. Não conseguimos mais pagar nossas contas. Não bastasse isso, as condições para manter a atividade são péssimas”, argumenta o caminhoneiro Mauro Azevedo da Silva.
AdesãoA cada hora que passa, o movimento ganha adesão de mais caminhoneiros revoltados com a situação nacional. A BR-163 foi escolhida como ponto crucial da manifestação pelas péssimas condições que geram riscos aos motoristas e pelo movimento. A rodovia é a principal ligação rodoviária para o transporte de cargas entre o Sul e o Norte do País.
“Estamos pedindo para todos os caminhoneiros aderirem a manifestação. Estamos em audiência e assim que tivermos uma posição poderemos deflagrar greve em todo o País”, diz Idair parizotto, secretário geral do Sindicato dos Caminhoneiros na região de Francisco Beltrão, que compreende 44 cidades do sudoeste paranaense.
A categoria exige que o pagamento pelo frete seja feito por quilômetro rodado e não mais o valor total. “O custo está muito além do que recebemos”, finaliza Silva.
Falhas da legislação impedem trabalho
Em vigor há três anos, a Lei do Caminhoneiro é um entrave. Embora o Congresso Nacional tenha aprovado esta semana a ampliação da carga-horária para os trabalhadores, ainda falta a sanção da presidente Dilma Rousseff. O texto que substituirá a Lei do Caminhoneiro permite a jornada de oito horas, com duas horas-extras, que poderá aumentar para até quatro horas-extras, conforme acordo coletivo ou convenção da categoria.
A dificuldade, segundo o caminhoneiro Mauro Azevedo da Silva, é encontrar lugares para estacionar e dormir. “Os postos de combustíveis não têm lugar para parar. Quando tem estacionamento, temos que abastecer ou pagar. O banho chega custar R$ 7. Não temos estradas para rodar e o preço do combustível é abusivo”.
Fonte: O Paraná

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Crise faz motoristas ameaçarem greve e até largarem profissão

NOnline - Publicado em 

Com a alta recente nos preços do pedágio e do combustível, quem trabalha no setor de transportes tende a sofrer ainda mais. A situação com aumento nos gastos e queda constante na lucratividade teria chegado ao limite para caminhoneiros da região, que ameaçam organizar uma paralisação mais efetiva para os próximos dias. Alguns motoristas estão até abandonando a profissão em busca de condições melhores.Nos últimos meses, vários caminhoneiros se viram obrigados estacionar o caminhão indefinidamente. Este é o caso de Ricardo Rodrigues, araponguense que por 18 anos seguiu os passos do pai e trabalhou como caminhoneiro. Mas, há cerca de dois meses, precisou largar a profissão para se tornar vendedor. “Sempre fui apaixonado por caminhões. Cresci dentro deles. Já fui até proprietário de uma agência de cargas com vários caminhões durante dois anos. Mas cheguei a um ponto que não tinha mais como se sustentar com o transporte. Estava praticamente impossível pagar as despesas do veículo. Por isso, fui forçado a abandonar”, diz.Apesar de sentir saudades do caminhão, ele afirma que não voltará mais à atividade. “Tudo subiu muito. Hoje, de Arapongas para São Paulo, o pedágio sai entre R$ 650 e R$ 1 mil, dependendo do trecho que você pegar. A taxa de descarga, que antes era R$ 500, subiu para R$ 700. Para encher o tanque eu gastava R$ 1,3 mil. Hoje o custo é de mais de R$ 1,6 mil. Fora a manutenção do caminhão. Isso faz com que você se obrigue a dirigir de noite, de madrugada, pegue fretes com lucro menor só para poder pagar as contas. A sua saúde e qualidade de vida acabam ficando em segundo plano. Por isso, vários colegas também abandonaram a profissão”.
A Associação dos Caminhoneiros Autônomos de Arapongas (ACAA) confirma que muitos caminhoneiros estão procurando outras ocupações. Nesta semana, pelo menos três caminhões foram guardados no pátio da associação por ex-caminhoneiros, que não sabem o que farão com os veículos, mas decidiram parar de trabalhar no ramo. “Não está mais compensando. Quem continua é porque tem esperança na melhoria da situação, ou não sabe fazer outra coisa. É difícil. A maioria dos trabalhadores está ‘amarrada’ com o financiamento dos veículos e não pode abandonar o trabalho, pois há o medo de faltar dinheiro e o banco tomar o caminhão”, afirma o presidente da ACAA, Antônio Ferreira, o popular Lebrão.Ele conta ainda que é impossível aumentar o preço do frete. “Com a situação complicada desse jeito, subir o preço do frete seria abrir espaço para a concorrência.  Se você não fizer no preço normal, outros farão no seu lugar. Por isso, o caminhoneiro se vê refém do sistema”.
GREVE - “Estamos trabalhando quase que no vermelho porque, além de todos os custos terem aumentado, está havendo uma crise econômica. A indústria não produz mais como antes e as exportações estão em baixa. Ou seja, falta trabalho”, desabafa Gutaçara Campos, caminhoneiro apucaranense há 25 anos. “Abandonar não dá. É isso que eu gosto de fazer, é isso que eu sei fazer. Mesmo pagando atrasado as parcelas do caminhão, não abandonarei”, diz.Adriano de Souza, caminhoneiro há nove anos, é firme. “Temos que nos mexer, mostrar a nossa indignação e a situação complicada que estamos passando. O governo não olha para nós. Vamos ver se, com um protesto, dão importância ao nosso trabalho”, ressalta.Os caminhoneiros haviam marcado um protesto na BR-369, próximo ao Posto Catarina, entre Apucarana e Cambira, para a tarde deste sábado (14), mas a mobilização foi adiada para a próxima semana