terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Greve de caminhoneiros: Pode dar certo?

Nos últimos dias sugiram em alguns meios de comunicação e nas redes sociais notícias sobre o início de uma paralisação de caminhoneiros em algumas rodovias do país. A primeira manifestação ocorreu na quarta-feira (4) na Br-163 em Campo Grande - MT, onde cerca de 1000 caminhoneiros bloquearam a rodovia (leia aqui), no dia seguinte uma nova manifestação teve início no estado de Rondônia, onde até empresários do setor de transporte aderiram a greve e pararam suas frotas. Com o passar dos dias o movimento em Rondônia ganhou força e se destacou bastante nas redes sociais (leia aqui). 
Os motivos desses protestos já são velhos conhecidos de todos os caminhoneiros, aumento abusivo dos combustíveis (leia aqui), frete cada vez mais baixo e até mesmo pedidos de impeachment, pois o governo federal é apontado como o principal fator que está levando o transporte rodoviário no país a falência. 
Afinal, uma greve de caminhoneiros, pode dar certo? Sim, pode dar muito certo, pois 65% de tudo que é transportado no país passa pelas rodovias do país, ou seja, quando dizem que o caminhoneiro carrega o país nas costas é a mais pura verdade. Diante desse número percebe-se a importância e a força que o caminhoneiro tem no Brasil. 
Mas para essa greve dar certo é necessário alguns fatores importantes, o primeiro deles é a organização de toda a classe, que apesar de toda a força que possui é muito desunida, se todos os caminhoneiros se organizarem e se manisfestarem juntos e da mesma forma o impacto será rápido na economia do país. Quando se fala de união não quer dizer que 100% dos caminhoneiros tem que parar, não se pode obrigar ninguém  a participar de um movimento, mas se a grande maioria aderir ao movimento fará com que aqueles que não aderiram se sentirem na obrigação participarem. 
Vale lembrar que essa organização deve vim dos próprios caminhoneiros e empresas, não através de sindicatos, que são frequente pressionados pelo governo, e muitos deles nos últimos dias negaram participação nos movimentos, outros até condenaram as ações.  
Outro fator importantíssimo para que a greve de certo, é realizar uma manifestação sem violência, sem afetar o direito de ir e vir do próximo, ou seja, fechar rodovias, queimar pneus, usar da força para parar todos os caminhoneiros, derramar cargas nas estradas, não trará benefício nenhum para a manifestação, muito pelo contrário, toda a greve será vista com maus olhos, com isso as autoridades (polícia e até mesmo o exército) serão colocadas em prática na tentativa de reprimir e por fim a manifestação. 
Como fazer uma greve então? É simples, se a grande maioria dos caminhoneiros junto com as transportadoras, apenas pararem seus veículos, seja nos postos, em casa ou nas garagens por apenas alguns dias o resultado causado no país será gigantesco, e parados nesses locais, o governo não tem autoridade para obriga-los a voltar ao trabalho. Um paralisação como essa em 2 ou 3 dias já poderá ser sentida nos postos de gasolina, supermercados etc. 
Só assim, por meio de um greve pacífica e com grande organização os caminhoneiros poderão alcançar as melhorias necessárias que a profissão tanto necessita, podendo alcançar até mesmo mudanças no governo do país. 


Texto: Lucas Duarte - Editor Chefe

Caminhoneiros protestam e ameaçam fazer greve em todo o Brasil

Extra de Rondônia - No trevo de Colorado e na saída de Vilhena para Cuiabá (MT), foram montados bloqueios por motoristas de caminhões que aderiram ao movimento grevista, com reivindicações relacionadas a alta dos combustíveis.
O movimento é pacífico, garantiu os estradeiros, mas as polícias rodoviária e militar estão tendo trabalho com a paralisação. Com o tráfego lento e congestionado na rodovia, aumentam os riscos de acidentes.
Segundo o paranaense Edilson Pagnoncelli os caminhões que estão carregados com soja não vão passar pelo bloqueio montado no trevo que dá acesso a Colorado.
“Todos estão sendo barrados e quem passar vai ser pra fazer o contorno para voltar pra casa, ou derrubamos a carga na rodovia”, ameaçou Edilson.
A greve se deu pelo aumento do diesel. A reivindicação principal dos caminhoneiros é o reajuste do frete ou a baixa o valor do combustível. “Vamos continuar o manifesto até termos um acordo assinado pelo governo”, desabafaram os grevistas. Um dos motoristas que não aderiu ao movimento e carregou o caminhão teve a carga despejada na rodovia.

GREVE: Protesto de caminhoneiros interdita a BR-101 em Atílio Vivácqua-ES

Um grupo de caminhoneiros colocou fogo em pneus e fechou o km 427 da BR-101, em Atílio Vivácqua, região Sul do Espírito Santo. O protesto começou por volta das 18h desta segunda-feira (9) e foi acompanhado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a polícia, nesta terça-feira (10), o protesto ainda estava em andamento, causando aproximadamente 12 km de congestionamento nos dois sentidos da rodovia. A Polícia Rodoviária está aconselhando os motoristas à seguirem por rotas alternativas para fugirem do engarrafamento.
As motivações do protesto são, principalmente, o aumento no preço do diesel, a cobrança por eixo suspenso e o aumento no pedágio na rodovia. A manifestação não tem representantes e foi iniciado por um grupo de motoristas.
caminhoneiro Leandro Louzada explicou que a forma como são aplicados os aumentos no combustível impede que o preço do frete também seja reajustado. “O óleo vem subindo em pequenas porcentagens e assim o frete não sobe. Se aumentar o óleo, por exemplo, 50%, em uma única vez, nós conseguimos aumentar o frete também. Só em 2015 já teve dois aumentos, assim não dá para aguentar”, desabafou.
Os manifestantes liberaram o acostamento para a passagem ambulâncias, motocicletas e caminhões com carga viva, retendo apenas os veículos maiores e de carga.
A PRF aconselha aos motoristas que trafegam sentido Espírito Santo X Rio de Janeiro à se dirigirem para o trevo de Safra. Os condutores que seguirem para Cachoeiro de Itapemirim devem passar pela BR-482. Estão sendo aconselhados à passarem pela ES-177 e ES 391 aqueles que seguem para Mimoso do Sul. Os motoristas com destino para Muqui, deverão pegar a BR-393.
Fonte: TV Gazeta

TEM QUE PARAR TUDO

transporte rodoviário do país, porque muitos caminhoneiros almejavam uma greve a anos, pelas mesmas duas razões deste ano: preço dos combustíveis e valor dos fretes.
transporte rodoviário é uma das engrenagens motrizes do país. Pelo menos 60% de tudo o que é produzido é transportado por rodovias até chegar ao consumidor, e essa é uma realidade que não pode ser mudada a curto e médio prazo. O caminhão vai continuar sendo a potência no transporte por muitos anos ainda, por faltas de investimentos em ferrovias, hidrovias e outras formas de transporte.
Com essa força na economia do país, qualquer alteração nos custos do transporte é sentida imediatamente no bolso do cidadão, que depende do transporte rodoviário para comer, vestir e fazer tudo o que faz.
Infelizmente os caminhoneiros, mesmo sabendo da força que tem, não conseguem se unir, encontrar um ponto comum onde possam se apoiar, não conseguem uma voz para se fazerem escutar. Um representante dos caminhoneiros, que se entregasse a causa dos caminhoneiros e não se vendesse por nenhum valor, seria o primeiro passo para conseguir se fazer com que o caminhoneiro fosse ouvido pelo governo e pela sociedade. Os sindicatos, que deveriam se fazer a voz dos trabalhadores, acabam sendo omissos no caso dos caminhoneiros, que dizem não se sentir representados por essas entidades.
É grande a necessidade de uma greve dos transporte. O caminhoneiro é o trabalhador que mais morre, que tem menos segurança, e trabalha em condições muito indignas, além de ter que pagar do próprio bolso os prejuízos que lhe são causados diariamente nas estradas.
A greve é necessária, e pode realmente acontecer. Só vai depender do caminhoneiro parar seu caminhão, e de forma pacífica e direta, se fazer ouvir pelos governantes. Por isso, converse, se organize, pare seu caminhão se achar necessário, mas nunca deixe de lutar pelos seus direitos!